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A ameaçadora crise da falta de água

A ameaçadora crise da falta de água

A visão de um astronauta da Terra revela um planeta azul, com 70% de sua superfície coberta de água. No entanto, o Fórum Econômico Mundial (FEM) que ocorreu este ano classificou a escassez de água como o segundo maior risco que o mundo enfrentará nos próximos anos. Considerando que a população mundial aumenta e a quantidade de água permanece a mesma, haverá água suficiente para todo mundo? 

Por David Noble 

A água parece ser abundante, mas as aparências enganam. A água doce, que usamos para beber, banhar-nos e irrigar nossos campos, foi descrita como “incrivelmente rara” pelo World Wildlife Fund. O WWF afirma que apenas 3% da água mundial “é doce, e dois terços dessa água está presa em geleiras ou de outra forma indisponível para o nosso uso”. 

Isso faz com que menos de 1% da água total do mundo possa ser prontamente utilizado pelos seres humanos. A demanda por essa porcentagem tão pequena de água está sempre aumentando, e já são 780 milhões as pessoas em todo o mundo que não têm acesso a água doce. Uma conferência da Goldman Sachs sobre os “Cinco principais riscos” realizada em 2008 identificou, de fato, uma catastrófica falta de água como um risco global maior do que os altos preços da alimentação e o esgotamento das reservas de energia durante o século XXI. 

Estresse e escassez de água 

Pode haver várias razões para o estresse ou escassez de água, como a falta física de água em uma região, infraestrutura insuficiente para acessar a água disponível ou o uso não sustentável. De acordo com a ONU, cerca de 1,2 bilhões de pessoas vivem em áreas com escassez física de água, enquanto 1,6 bilhões de pessoas enfrentam uma escassez econômica de água porque seus países não contam com a infraestrutura necessária para extrair a água de rios e aquíferos. 

A escassez de água é normalmente definida como uma situação na qual as demandas de água de todos os usuários de um sistema não podem ser atendidas. Uma região é definida como sob estresse de água quando as reservas anuais de água caem a níveis inferiores a 1.700 m3 por pessoa, e como em escassez de água quando caem para menos de 1.000 m3 por pessoa. A ONU prevê que em 2025 dois terços da população mundial poderão estar vivendo em condições de estresse de água. 

Uso não sustentável 

O uso ilimitado da água aumentou a um nível superior ao dobro da taxa de crescimento da população no século XX. A Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) afirma que “o crescimento demográfico e a taxa de desenvolvimento econômico, urbanização e poluição estão exercendo uma pressão sem precedentes sobre um recurso renovável, porém finito, particularmente em regiões semiáridas e áridas”. 

Na Europa, para dar um exemplo, 60% das cidades com mais de 100.000 habitantes estão usando lençóis freáticos a uma taxa maior do que eles se recuperam. Globalmente, mais de 1,4 bilhões de pessoas vivem em bacias fluviais nas quais o uso de água excede os níveis mínimos de recuperação, esgotando assim os lençóis freáticos e os rios. 

A FAO observa que a agricultura é o setor no qual a escassez de água possui a maior relevância. Atualmente, a agricultura é responsável por 70% do uso da água doce global e, no entanto, em um país como a Tanzânia, cerca de 80% da água usada para a irrigação é desperdiçada. 

Maior competição e conflito 

“Nossas experiências demonstram que o estresse ambiental devido à falta de água pode levar a um conflito e seria maior em nações pobres”, advertiu o secretário geral da ONU Ban Ki-moon. 

“O aumento da população fará o problema piorar, da mesma forma que a mudança climática. À medida que a economia mundial crescer, também crescerá sua sede. Muitos outros conflitos pairam no horizonte”, ele comentou aos participantes do Fórum Econômico Mundial em Davos, no final de janeiro de 2013. 

O secretário geral citou um relatório recente da ONG International Alert que identifica 46 países, onde vivem 2,7 bilhões de pessoas, nos quais a mudança climática e as crises relacionadas com a água criam um alto risco de conflitos violentos. Outros 56 países, que representam outros 1,2 bilhões de pessoas, encontram-se em alto risco de instabilidade política, de acordo com o estudo. 

“Não se trata de uma questão de ricos ou pobres, norte ou sul”, ele afirmou, assinalando exemplos de problemas de água na China, nos Estados Unidos, Espanha, Índia, Paquistão, Bangladesh e na Coreia do Sul. “Todas as regiões estão vivenciando o problema”. 

O secretário geral enfatizou que as reservas de água devem ser protegidas. “Ainda há água suficiente para todos nós, mas somente se formos capazes de mantê-la limpa, usá-la com sabedoria e compartilhá-la de forma justa”, concluiu. 

O que pode ser feito? 

O Relatório sobre o desenvolvimento dos recursos hídricos mundiais da ONU do ano passado afirma que “estão surgindo iniciativas em todo o mundo para lidar com a necessidade de melhores e mais abrangentes planejamentos, tecnologias, investimentos e operações associadas ao uso urbano da água”. 

Uma dessas iniciativas é a reutilização da água, que preserva as limitadas reservas de água potável usando águas residuais tratadas para irrigação e em processos industriais (consulte o novo infográfico do Banco Mundial sobre a reutilização da água). Também há uma maior conscientização da importância da “hidrodiplomacia” para evitar conflitos relacionados com a água em regiões como o Oriente Médio e o norte da África. Com a mudança climática e as secas, muitas grandes empresas – como a PepsiCo e a MillerCoors – também estão percebendo como a escassez e o desperdício de água afetam seus resultados finais e estão implementando medidas de eficiência.

Como afirma a ONU em seu relatório, os usuários da água em todos os níveis da sociedade precisam agir de forma mais responsável para garantir que as reservas mundiais de água doce atendam às necessidades de todos.

 

por David Noble