Destaque para a hidroinformática: A força que molda o futuro da água

Destaque para a hidroinformática: A força que molda o futuro da água

O setor da água está à beira de uma audaz transformação, conduzida pelas tecnologias, pelos conhecimentos digitais e pela infraestrutura de água inteligente. Mas há uma força poderosa e menos conhecida a ajudar a conduzir esta mudança: os engenheiros hidroinformáticos – especialistas multidisciplinares que combinam competências de modelação hidráulica, engenharia e um conhecimento em profundidade do ciclo da água com uma paixão por melhorar a hidrografia urbana e a comunidade que a mesma serve.

Os engenheiros hidroinformáticos estão a ajudar a resolver os desafios mais difíceis da água, articulando entre engenharia civil e ambiental tradicional, processamento de sinal e aprendizagem automática, teoria de controlo e até mesmo sistemas sóciotécnicos. Isto confere-lhes competências únicas que estão a permitir que comunidades por todo o mundo resolvam problemas antigos relacionados com a água de formas novas, e com uma maior variedade de ferramentas, para tornar a água mais acessível e resiliente.

Como os engenheiros hidroinformáticos estão a conduzir a inovação na água

Os engenheiros hidroinformáticos estão nas linhas da frente da transformação digital da água. Diariamente, estes especialistas desenvolvem e implementam algoritmos e analíticas que dão aos operadores da água uma maior visibilidade sobre a forma como os seus sistemas estão a funcionar e recomendações para otimizar esses sistemas, de modo a poderem prevenir as interrupções, melhorar a eficiência e tomar melhores decisões em termos de investimento de capital. 

Trabalhando em conjunto com desenvolvedores de software, as equipas de hidroinformática começam por analisar os desafios de um cliente em particular para encontrar uma solução algorítmica altamente configurada, que pode depois ser otimizada para funcionar sob uma diversidade de condições hidráulicas. Depois, ajudam a implementar, testar e refinar possíveis soluções para criar um sistema de apoio à decisão em tempo real, que muitas vezes fornece diretrizes operacionais aos operadores. Ao comparar o desempenho quotidiano do serviço de abastecimento com os dados históricos, estes engenheiros podem ajudar os operadores da água a detetar e até mesmo prevenir ocorrências e também a descobrir novas formas de conseguir poupanças na água, na energia e nos custos. 

A Xylem Making Waves reuniu-se com alguns dos engenheiros hidroinformáticos da Xylem para saber mais sobre a disciplina e sobre como estão a ajudar a moldar o futuro da água.

ENTREVISTADO: Bryant McDonnell, Senior Manager de Hidroinformática e Controlo de Processo, Xylem

MW: Por que é a hidroinformática tão importante?

McDonnell: Resolver os crescentes desafios do setor da água que as comunidades enfrentam atualmente significa fazer as coisas de forma diferente. A hidroinformática oferece uma nova perspetiva que permite às comunidades por todo o mundo resolver problemas antigos de formas novas, e com uma maior variedade de ferramentas. É o “ingrediente secreto” que ajuda os serviços de abastecimento a transformar dados em conhecimentos operacionais.

MW: Que qualidades fazem um bom engenheiro hidroinformático?

McDonnell: Pode parecer um paradoxo, mas procuramos as pessoas mais preguiçosas e mais produtivas do planeta! “Preguiçosas” de modo a automatizarem os seus processos de trabalho com código e “produtivas” porque podem usar esse código mais 100 vezes quase sem qualquer custo! Os engenheiros hidroinformáticos são conhecidos por questionarem o status quo.

Nós perguntamos como podemos abordar soluções de uma posição estratégica muito diferente e interpretar dados de uma nova forma. Os engenheiros hidroinformáticos podem encontrar um problema e resolvê-lo com as mais bonitas soluções nunca antes vistas!

MW: Como é que chegou à engenharia hidroinformática?

McDonnell: Dizemos muitas vezes que um engenheiro hidroinformático é um engenheiro de software que acidentalmente se matriculou em engenharia civil, ambiental ou mecânica na universidade! A maioria dos engenheiros de hidroinformática são programadores autodidatas (aprendem sozinhos). Estas competências interdisciplinares são muito poderosas no sentido em que o indivíduo pode pegar num processo antigo e antiquado e automatizá-lo com código. A automação de monotonia dá-nos tempo para resolver os maiores e mais interessantes problemas que a nossa indústria e os nossos clientes enfrentam. 

Pessoalmente, não gosto de perder tempo e, por isso, a automação de processo de trabalho e a programação analítica são algo que se adequa bem aos meus interesses. Entrei para a Xylem em 2017, atraído para a empresa pela sua abordagem visionária que oferece à nossa equipa oportunidades incríveis de ser intelectualmente criativo, sempre. 

MW: Em que está a trabalhar atualmente? 

McDonnell: Exerço funções de líder de equipa global de hidroinformática. Partilho conhecimentos e experiências passadas com a minha equipa para que esta possa executar os seus projetos da forma mais eficiente possível através de uma combinação de modelação, otimização, análise de dados e sistemas de apoio à decisão em tempo real.

MW: Antes de terminarmos, pode contar-nos alguma curiosidade sobre si?

McDonnell: Adoro fazer escalada, viajar e passar tempo ao ar livre. 


ENTREVISTADO: Caleb Buahin, Engenheiro de Hidroinformática, Xylem

MW: Como é que chegou à engenharia hidroinformática? 

Buahin: Cheguei à área da engenharia hidroinformática de forma algo furtuita. Um mentor e professor universitário que reparou que eu gostava de métodos numéricos, mecânica de fluidos e programação incentivou-me a perseguir uma carreira nesta área. Desde então, aprendi a valorizar o impacto e a importância daquilo que fazemos e nunca mais olhei para trás. 

MW: E porquê a Xylem?

Buahin: A Xylem é uma líder mundial em tecnologias de sensores de desenvolvimento e infraestruturas para sistemas de água. As perspetivas de as combinar com analítica de dados em tempo real e modelos baseados na física para desenvolver a próxima geração de sistemas de água sustentáveis, eficientes e autónomos eram muito apelativas para mim. 

MW: Em que está a trabalhar atualmente? 

Buahin: Eu e os meus colegas estamos a desenvolver uma estratégia de controlo coordenado em tempo real para ajudar a Great Lakes Water Authority a cumprir o seu Plano de Controlo de Transbordo de Águas Usadas Combinado a Longo Prazo (Long-Term Combined Sewer Overflow Control Plan – LTCP).

A hidroinformática pode transformar as operações do serviço de abastecimento. O nosso papel é encontrar soluções eficientes em termos de custo e adaptativas que maximizem o potencial das tecnologias digitais, ajudando assim a resolver alguns dos desafios da água mais complexos do mundo. 

MW: Por que é a hidroinformática tão importante?

Buahin: Desafios relacionados com a disponibilidade da água, a qualidade da água e desastres naturais relacionados com a água estão a tornar-se mais pronunciados. Estes desafios representam esforços financeiros significativos em orçamentos governamentais já de si limitados e poderão ter implicações geopolíticas. Os engenheiros de hidroinformática desempenham um papel fundamental na abordagem destas questões, destilando as séries de dados de alta resolução e maiores, desde tecnologias de sensores eficientes em termos de custo e omnipresentes até informações atempadas e úteis. Também desempenhamos um papel importante na entrega de soluções eficientes em termos de custo e adaptativas para estes desempenhos complexos.



MW: Tem algum exemplo a seguir? 

Buahin: O meu avô. Apesar de o ter conhecido como “Nana” e de ter passado apenas alguns anos da minha vida com ele antes de falecer, desde então fui sabendo mais sobre a sua vida na Costa do Ouro colonial (Gana). Fiquei a saber dos esforços que fez para conseguir a sua edução, a sua luta para conseguir pacificamente a independência e do papel que desempenhou no desenvolvimento de instituições que continuam a servir o país. Tenho orgulho da sua resiliência e dos progressos que alcançou para melhorar a sua comunidade e o seu país. Tento seguir o seu exemplo da melhor forma que posso.

MW: O que faz para relaxar e se distrair?

Buahin: Gosto de ler, andar de bicicleta e de jogar e ver futebol, basquetebol e ténis, entre outras coisas. Gosto de praticar estas atividades com amigos e família. Recentemente também comecei a fazer trabalhos em madeira.

Para saber mais sobre a inovadora plataforma digital da Xylem, visite Xylem Vue.